O Superior Tribunal Militar (STM) foi palco, na última sexta-feira (6), de um evento que uniu conhecimento, inovação e valorização profissional.
A Corte sediou a palestra e o lançamento do livro “O Jornalismo e a Inteligência Artificial”, de autoria do analista judiciário e jornalista Dinomar Miranda, servidor do próprio Tribunal.
A obra é resultado de uma pesquisa de mestrado financiada pelo programa de bolsas de estudos do STM.
A cerimônia foi aberta pelo Diretor-Geral do STM, general José Carlos Nader Motta, que destacou o caráter institucional e simbólico do evento.
“Não se trata apenas do lançamento de um livro, mas da concretização do investimento da Administração Pública no aperfeiçoamento dos seus servidores. É muito orgulho que faço esta abertura, parabenizando nosso jornalista por essa brilhante iniciativa”, afirmou.
A ministra-presidente do STM, Maria Elizabeth Rocha, mesmo ausente por compromissos externos, enviou mensagem de congratulações ao autor.
“Queria estar presente para abraçar e parabenizar pessoalmente o Dinomar Miranda. Como jornalista, escritor e, principalmente, como servidor do STM, ele é de um valor inestimável: amigo, leal, competente e sempre disposto a colaborar com ministros e servidores”, declarou.
A chefe da Assessoria de Comunicação Social do STM, jornalista Diana Fernandes, também ressaltou a relevância da palestra.
“Fiquei muitíssimo impressionada com o conteúdo. Sou jornalista há 30 anos e aprendi hoje, em uma hora de palestra, o que nunca havia aprendido sobre inteligência artificial. Foi uma abordagem acessível, clara e, acima de tudo, inspiradora”, relatou.
Durante a apresentação, Dinomar Miranda explorou de forma didática as interseções entre a inteligência artificial e o jornalismo, com foco especial no Poder Judiciário.
Foram abordados temas como comunicação organizacional, linguagem de programação, tipos de IA, jornalismo de dados e a automatização da produção de notícias a partir de decisões judiciais — eixo central da pesquisa que originou o livro.
O autor também compartilhou aspectos técnicos da redação automatizada, reflexões éticas sobre o uso da IA na comunicação institucional e apresentou uma análise bibliométrica da produção científica sobre o tema nas últimas três décadas.
O evento contou com a presença dos ministros Artur Vidigal de Oliveira, Cláudio Portugal de Viveiros e da ministra substituta Safira de Figueiredo.
Além disso, reuniu servidores, magistrados, jornalistas e pesquisadores interessados em inovação tecnológica e comunicação pública.
Antes de encerrar sua apresentação, Dinomar anunciou o lançamento de uma nova obra literária prevista para julho. Trata-se do romance Pele Negra, também fruto de seu mestrado, que entrelaça ficção e realidade ao narrar a história do Haiti e suas conexões com a comunidade quilombola Kalunga, de Goiás — a maior do Brasil.
A iniciativa reafirma o compromisso do STM com a valorização de seus servidores, o incentivo à produção intelectual e o papel estratégico da comunicação institucional em tempos de transformação digital.
Justiças Militares convidam a sociedade para discutir metas para 2026 em audiência pública online
Quer ajudar a Justiça Militar da União e as Justiças Militares Estaduais na elaboração da Proposta das Metas Nacionais do Poder Judiciário para 2026?
Então você está convidado a participar de audiência pública online no dia 17 de junho, às 10h30.
A reunião é organizada pelo Superior Tribunal Militar e pelos Tribunais de Justiça Militar dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A audiência pública tem o objetivo de envolver a sociedade e atores diretamente ligados à atuação das justiças militares, tais como Ministério Público Militar, Defensoria Pública, advocacia, Forças Armadas, Polícias e Bombeiros Militares na discussão das metas nacionais desse ramo especializado, contribuindo para a transparência, inclusão e celeridade da prestação judicial.
As Metas Nacionais do Poder Judiciário são definidas anualmente por todos os tribunais brasileiros e pelo Conselho Nacional de Justiça, para aperfeiçoar o serviço prestado pelo Poder Judiciário ao cidadão, conforme a Resolução 221/2016 do Conselho Nacional de Justiça.
Data: 17 de junho de 2025, terça-feira
Horário: 10h30
Plataforma: Microsoft Teams
Transmissão simultânea: canal do STM do Youtube e canais dos demais tribunais anfitriões
A participação de todos e todas é fundamental para construirmos, de forma colaborativa, metas que reflitam as necessidades reais da Justiça Militar e da população a que ela serve.
Estão abertas as inscrições para o Seminário Internacional “Formas Inovadoras de combate à violência: a experiência da Justiça Colombiana (JEP)”, que acontece de 11 a 13 de junho, das 13:30 às 18:30, no Auditório do Superior Tribunal Militar, em Brasília.
O evento é aberto à comunidade e tem como público-alvo os servidores e magistrados da JMU e demais justiças, operadores do Direito e estudantes de Direito e Relações Internacionais.
As inscrições podem ser feitas pelo link abaixo e há vagas para participação presencial ou online, por meio da plataforma Zoom.
https://docs.google.com/forms/d/19PvmA-iITRwhXYJD-YSS4MJ5aQs590cMS1rj5neJsi0/edit
Haverá emissão de certificado de participação para os inscritos que cumprirem, no mínimo, 70% da carga horária.
ODS 16
O Seminário objetiva fomentar a contribuição da Justiça Militar da União para o alcance da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do cumprimento do ODS 16, que se refere à Paz, Justiça e Instituições Eficazes.
ODS significa objetivo de desenvolvimento sustentável. São 17 ao todo, com 169 metas globais, estabelecidos pela ONU em 2015.
A Agenda 2030 é um plano de ação internacional para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir a prosperidade para todos até o ano de 2030. Os ODS são interligados e abordam uma ampla gama de desafios sociais, econômicos e ambientais que o mundo enfrenta.
“O Seminário nasce de uma necessidade de nós conhecermos outras experiências, saber o que o mundo está fazendo e conseguir estabelecer uma relação entre essas experiências e a nossa realidade brasileira”, explica a juíza auxiliar da Presidência Bárbara Livio, coordenadora do evento.
Reportagem sobre o Seminário Internacional “Formas Inovadoras de combate à violência: a experiência da Justiça Colombiana (JEP)” veiculada na TV Justiça.
Corte abre canal de diálogo com lideranças indígenas sobre desenvolvimento em terras tradicionais
A presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Rocha, recebeu nesta quinta-feira (5), em Brasília, lideranças indígenas de pelo menos 12 etnias de diferentes estados brasileiros, além do ex-advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
O encontro, solicitado pelo grupo, teve como objetivo apresentar pautas relacionadas ao desenvolvimento sustentável de comunidades indígenas, especialmente aquelas situadas em áreas de fronteira com presença constante das Forças Armadas.
A reunião ocorre no contexto da criação do Observatório da Equidade da Justiça Militar da União, iniciativa do STM voltada à promoção de uma gestão democrática, equitativa e colaborativa entre o Judiciário militar e a sociedade civil. Segundo a ministra, o Observatório atuará como ponte entre as comunidades e as instituições do poder público, como as Forças Armadas, o Ministério da Defesa, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Advocacia-Geral da União (AGU), o Supremo Tribunal Federal (STF) e demais esferas do governo.
Durante a audiência, os representantes indígenas solicitaram que o STM contribua como interlocutor institucional para levar as demandas às autoridades competentes, incluindo a ministra da Defesa. “O papel do Observatório é justamente contribuir com o debate público, ouvindo todos os lados e buscando construir entendimentos que possam subsidiar políticas públicas mais equilibradas”, afirmou Maria Elizabeth Rocha.
Entre os temas apresentados, destacou-se a defesa da constitucionalidade da Lei 14.701/2023, que, segundo o advogado indígena Ubiratan Maia (etnia Wapixana), “permite que os próprios indígenas desenvolvam atividades agropecuárias em larga escala, inclusive em parceria com não indígenas, dentro dos territórios tradicionais”. O grupo também manifestou interesse na regulamentação da mineração em terras indígenas, ressaltando, porém, que essa demanda depende da aprovação de legislação específica pelo Congresso Nacional.
Um dos pontos sensíveis abordados foi a divergência interna entre lideranças indígenas sobre os rumos do desenvolvimento em suas comunidades. Rafael Kaiapó explicou que, na sua etnia, dos 250 líderes locais, cerca de 70 caciques apoiam a pauta de desenvolvimento econômico, enquanto a maioria defende a manutenção de um modelo mais restritivo e preservacionista. “Há atritos, mas estamos num processo de transição. Acreditamos na ampliação do diálogo, tanto internamente quanto com o poder público”, afirmou.
As pautas apresentadas integrarão os debates de uma câmara temática específica sobre povos indígenas dentro do Observatório Pró-Equidade do STM. A proposta é construir um espaço permanente de escuta e articulação entre os diferentes atores sociais e institucionais.
Participaram da audiência os representantes: Ubiratan Maia (SC/RR), Kanato Yalipity (MT), Socorro Maia (PA), Gilmar Cinta Larga (RO), Betinho Mura (AM), Rafael Gonçalves, Adriana Oliveira, Marcílio Rosa, além do advogado Luís Inácio Adams, ex-AGU.
A ministra reforçou que o Observatório do STM está aberto a todas as vozes e comprometido em colaborar para a construção de políticas públicas mais justas e equilibradas. “Quanto mais informações tivermos de todas as partes, mais poderemos contribuir para a lucidez do debate”, concluiu.
STM sedia entrega de título Honoris Causa e lançamento de obra jurídica sobre Direito Contemporâneo
O Superior Tribunal Militar (STM) será palco, na próxima terça-feira (10), de um evento acadêmico de destaque no cenário jurídico nacional. A partir das 16h, no auditório do edifício-sede da Corte, será realizada a solenidade de entrega do título de Doutor Honoris Causa ao Professor Ricardo Alonso Garcia, jurista e acadêmico espanhol reconhecido por sua trajetória intelectual e contribuições ao Direito Público. O título foi outorgado pelo Centro de Estudos Superiores do Amazonas – CIESA.
O professor Alonso García, que é o atual diretor da Escola de Prática Jurídica da Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madrid, será recepcionado pela presidente do STM, ministra Maria Elizabeth Rocha, e personalidades do meio jurídico e acadêmico.
A cerimônia também marcará o lançamento da obra Direito Administrativo, Penal e Tributário na Contemporaneidade: Coletânea de Artigos da Pós-Graduação Mackenzie. A coletânea reúne artigos de 26 autores, entre eles o juiz auxiliar da Presidência do STM, Flavio Henrique Albuquerque de Freitas, que também atua como coordenador da publicação ao lado da Ministra-Presidente do STM, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, e do procurador do município de Manaus, Daniel Octávio Silva Marinho.
Fruto de uma proposta acadêmica voltada à análise dos desafios jurídicos contemporâneos, a obra busca integrar as áreas do Direito Administrativo, Penal e Tributário por meio de uma abordagem metodológica estruturada e interdisciplinar. Os textos foram produzidos por pesquisadores e profissionais com vivência acadêmica e prática, proporcionando um diálogo qualificado entre teoria e realidade jurídica.
Durante o evento, além da homenagem ao Professor Ricardo Alonso Garcia, haverá uma palestra de abertura, seguida do lançamento oficial do livro, que já está em fase de pré-venda pela Editora Thoth. A publicação será disponibilizada em formatos físico e digital. Leitores que optarem pela versão impressa pelo site da editora receberão gratuitamente a versão em e-book.
A expectativa é que o evento reúna autoridades, acadêmicos, magistrados e membros da comunidade jurídica em uma celebração do conhecimento e da produção científica no campo do Direito.
O Superior Tribunal Militar (STM) decidiu manter, por unanimidade, a condenação de um soldado do Exército acusado de registrar clandestinamente a imagem de uma mulher seminua em um banheiro feminino de um quartel do Exército, em Belém (PA).
O crime ocorreu em março de 2023, durante visita dos pais de recrutas recém-incorporados à unidade. O caso tramita sob segredo de justiça.
O militar foi condenado pelo Conselho Permanente de Justiça (CPJ) da 8ª Circunscrição Judiciária Militar, primeira instância da Justiça Militar em Belém (PA), à pena de seis meses de detenção, em regime inicialmente aberto, com direito ao sursis (suspensão condicional da pena) por dois anos.
A denúncia teve como base o crime previsto no artigo 216-B do Código Penal comum — registro não autorizado da intimidade sexual — em conexão com o Código Penal Militar (CPM).
Segundo a acusação, o soldado utilizou seu celular para filmar, de maneira oculta, a mãe de um colega de farda enquanto ela utilizava o banheiro feminino do cassino dos oficiais, localizado no Parque Regional de Manutenção da 8ª Região Militar. O registro foi feito por meio de uma janela basculante que separava os banheiros masculino e feminino. Ao perceber que estava sendo filmada, a vítima alertou os presentes, e o marido dela comunicou o fato à direção da unidade militar.
Durante as investigações, o soldado confessou ter feito a gravação e afirmou que apagou o vídeo em seguida, por medo das consequências. O celular utilizado foi entregue voluntariamente e correspondia às características descritas pela vítima.
Duas condenações
Após a condenação em primeiro grau, a defesa recorreu ao STM, em Brasília, pedindo a absolvição do acusado.
A Defensoria Pública da União (DPU) alegou que, como o vídeo não foi reproduzido, não haveria lesão efetiva à intimidade da vítima. No entanto, o Ministério Público Militar (MPM) sustentou que a simples ação de filmar clandestinamente configura o crime, independentemente da divulgação das imagens. Para o MPM, a consumação ocorre no momento do registro da imagem sem consentimento.
O relator do caso, ministro almirante de esquadra Celso Luiz Nazareth, rejeitou os argumentos da defesa e votou pela manutenção integral da sentença. Para ele, o fato é típico, antijurídico e culpável, não havendo causa de exclusão de ilicitude ou de culpabilidade.
"Mesmo que o acusado não tenha repassado ou divulgado as imagens, não há exclusão da materialidade do crime, uma vez que sua consumação ocorre com a realização de quaisquer dos núcleos verbais do tipo, como no caso concreto, em que houve a filmagem de uma vítima semidesnuda, de forma clandestina e sem autorização", afirmou o relator.
A decisão também destacou a importância da atuação do Judiciário para coibir práticas semelhantes, especialmente diante dos impactos à dignidade e à intimidade das vítimas, em sua maioria mulheres.
A DPU pleiteava, ainda que de forma subsidiária, a revisão da pena aplicada, alegando arrependimento posterior, menoridade relativa do acusado e confissão espontânea. Nenhum dos pedidos foi acolhido pela Corte.
Nota Técnica sobre gênero e cidades seguras é lançada na Embaixada Britânica, com apoio do STM
Em um evento realizado na tarde do último dia 28 de maio, na Embaixada Britânica, em Brasília, foi lançada a Nota Técnica “Gênero, Interseccionalidades e Cidades Seguras (GiCS)”, iniciativa coordenada por Júlia Poletine, do Observatório GiCS.
A atividade contou com a presença de representantes da gestão pública, da sociedade civil e de autoridades do Judiciário, com o objetivo de fomentar políticas públicas mais inclusivas e sensíveis às questões de gênero e interseccionalidade.
A Nota Técnica aborda temas cruciais como a presença de mulheres no poder, migração, meio ambiente e emergências climáticas, diversidade e violência, governança local, território, educação e STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), segurança pública e direitos sexuais e reprodutivos.
O documento é resultado do trabalho coletivo de mais de 30 organizações integrantes do Observatório GiCS, uma rede dedicada à promoção de uma agenda plural e democrática sobre gênero em diversas dimensões da sociedade.
O lançamento contou com o apoio do Governo Britânico no Brasil e foi iniciado com uma participação em vídeo da ministra Maria Elizabeth Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar (STM), que agradeceu à embaixada pelo convite e destacou a relevância do tema para a Justiça Militar.
A ministra lembrou que, apesar de o STM cumprir todas as resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ter sido premiado com o Selo Diamante em 2024, a Justiça Militar ficou de fora da reforma do Judiciário de 2004 e segue sem representação no CNJ. “O constituinte originário se esqueceu de nós. Precisamos ter voz e voto nesse órgão de controle tão importante”, afirmou.
A demanda por essa representação foi reforçada pelo ministro Artur Vidigal de Oliveira, também do STM, que participou como palestrante. O ministro defendeu a integração plena do STM ao CNJ e ampliou o debate ao abordar a necessidade de um planejamento urbano que considere as múltiplas características dos cidadãos — como gênero, raça, idade, orientação sexual e condição física.
“Cidades seguras e inclusivas devem acolher e aconselhar, promovendo uma cultura de pertencimento e igualdade de oportunidades para todos”, disse. Ele ainda destacou o lançamento do Observatório Pró-Equidade pelo STM, fazendo uma analogia com o GiCS. “Um complementa o outro ao estudar, examinar e buscar soluções para eliminar disparidades entre pessoas”, completou.
O evento também contou com o depoimento emocionado de Mariana Borges Ferrer, estudante de Direito, estagiária da presidência do STM e sobrevivente de violência de gênero. Mariana falou sobre a importância do aperfeiçoamento da Lei que leva seu nome, agradecendo à ministra Maria Elizabeth Rocha pelo apoio contínuo às causas das mulheres vítimas de violência.
Entre os demais palestrantes estavam a juíza federal Kátia Roncada (TRF3), integrante da Comissão de Justiça Restaurativa do CNJ; as promotoras de Justiça Celeste Leite dos Santos e Ana Giacomini (coordenadora da Casa Lilian); a delegada Karen Langkammer, diretora da Divisão Integrada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil do DF; a ativista e sobrevivente de violência de gênero Luiza Brunet; e a jornalista Cristina Fibe.
O lançamento da Nota Técnica reforça o compromisso de diferentes instituições e atores sociais com a construção de cidades mais seguras, igualitárias e comprometidas com os direitos humanos, a equidade de gênero e o respeito às diversidades.
Os candidatos que disputam uma das 80 vagas no concurso do Superior Tribunal Militar (STM) devem se preparar: as provas objetiva e discursiva serão aplicadas neste domingo, 1º de junho de 2025, em todas as capitais brasileiras, além das cidades de Juiz de Fora (MG), Santa Maria (RS) e Bagé (RS).
O certame oferece oportunidades para os cargos de Analista Judiciário e Técnico Judiciário, com salários iniciais que variam de R$ 9.052,51 a R$ 14.852,66.
Organizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), o concurso contempla diversas áreas de atuação, como Administração, Tecnologia da Informação, Comunicação Social e Contabilidade. A jornada de trabalho para todos os cargos é de 40 horas semanais.
Além da ampla concorrência, o edital prevê reserva de vagas conforme as normas de inclusão: 20% para candidatos negros, 5% para pessoas com deficiência e 3% para candidatos indígenas.
O processo seletivo será composto por prova objetiva (de caráter eliminatório e classificatório) para todos os cargos. Os candidatos aos cargos de Analista Judiciário também realizarão prova discursiva. Já os que concorrem ao cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa – Especialidade: Agente da Polícia Judicial passarão por teste de aptidão física.
O concurso terá validade de dois anos, contados a partir da data de homologação do resultado final, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
Cronograma
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Locais de prova: divulgados em 16/05/2025
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Aplicação das provas: 01/06/2025
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Consulta individual aos gabaritos: 03 a 05/06/2025
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Gabaritos preliminares: 06/06/2025
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Resultado final das provas objetivas: 30/06/2025
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Resultado provisório da prova discursiva: 02/07/2025
Para mais detalhes, os candidatos devem acessar a página oficial do concurso no site do Cebraspe ou consultar o edital completo publicado no Diário Oficial da União.
O Superior Tribunal Militar (STM) negou, por unanimidade, na sessão realizada na última terça-feira (27), o pedido de Habeas Corpus impetrado em favor de W.C.S, civil acusado de envolvimento na receptação e ocultação de armamento de uso restrito, subtraído do Arsenal de Guerra de São Paulo em 2023. Com a decisão, permanece válida a prisão preventiva decretada pela Justiça Militar da União, e o réu seguirá detido durante o curso da ação penal.
O relator do caso, ministro Péricles Aurélio Lima de Queiroz, já havia indeferido, no início de abril, o pedido liminar de liberdade provisória. Em seu voto, reiterado pelo Plenário do STM, o ministro destacou que não se verificaram ilegalidades na prisão cautelar e que os pressupostos legais para sua manutenção seguem presentes, diante da gravidade dos fatos investigados e da necessidade de garantia da ordem pública.
Durante a tramitação do Inquérito Policial Militar (IPM), foi apurado que 21 armas de uso exclusivo dos Forças Armadas haviam sido desviadas do Arsenal de Guerra localizado em Barueri (SP), sendo 13 metralhadoras .50 M2 HB Browning, 8 metralhadoras 7,62 M971 MAG e 1 fuzil 7,62 M964. As investigações revelaram que 10 dessas metralhadoras foram repassadas a integrantes não identificados do crime organizado do Rio de Janeiro. Parte desse armamento foi posteriormente recuperado pela Polícia Civil fluminense: 8 metralhadoras (sendo 4 do tipo MAG e 4 do tipo Browning .50),
Destas, 19 armas e o simulacro foram recuperados. As buscas continuam para recuperação de 2 metralhadoras .50 M2 HB Browning. Segundo o Ministério Público Militar, a ocultação contou com o auxílio direto de W.C.S, cujo envolvimento foi considerado relevante para a continuidade do esquema criminoso.
A defesa alegou que havia excesso de prazo na prisão cautelar e que a permanência do réu no cárcere configuraria afronta ao princípio da razoável duração do processo. Também foi sustentado que o juízo de origem teria deixado de apreciar um pedido de liberdade provisória apresentado após as alegações finais. No entanto, os argumentos não convenceram a Corte, que entendeu que a complexidade do caso e a periculosidade dos fatos justificam a prisão preventiva.
Durante o julgamento, realizado sob a presidência da ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, fizeram sustentação oral o advogado de defesa Felipe Cassimiro Melo de Oliveira, e a vice-procuradora-geral da Justiça Militar, Maria de Lourdes Souza Gouveia.
Além de W.C.S, outras sete pessoas foram denunciadas com base nos autos do IPM: quatro militares – dois cabos por peculato-furto, um 1º tenente e um tenente-coronel por inobservância de leis e regulamentos – e três civis, além de Santos, por receptação, ocultação e aquisição de armamento roubado.
Habeas Corpus Criminal nº 7000196-81.2025.7.00.0000/SP
STM determina prisão de tenente acusado de executar garimpeiros em terra indígena de Roraima
Por unanimidade, os ministros do Superior Tribunal Militar (STM) determinaram a prisão preventiva de um tenente do Exército que foi denunciado e responde a ação penal militar pela morte de dois garimpeiros no rio Uraricoera, em Roraima, região localizada em terra indígena próxima à fronteira com a Venezuela. O processo corre em segredo de justiça.
Segundo o Ministério Público Militar (MPM), o oficial comandava um pelotão especial de fronteira e dirigia uma patrulha de barco composta por outros sete militares. Na madrugada de 21 de setembro de 2023, nas proximidades do Posto de Controle e Interdição Fluvial (PCIFlu), o grupo perseguiu três garimpeiros que fugiram em uma embarcação, tão logo avistaram os militares.
Na ação, foram efetuados disparos que teriam partido de armas da patrulha, com uso de munições de borracha e real.
De acordo com a denúncia, um dos garimpeiros foi atingido por tiro de fuzil e morreu na hora. O segundo, ferido, teria sido esfaqueado até a morte por militares. Depois, ambos tiveram os seus corpos amarrados ao motor da embarcação e, em seguida, foram jogados no leito do rio para afundarem.
O terceiro garimpeiro, que sobreviveu, foi abandonado ferido com bala de borracha às margens do Uraricoera e denunciou o caso às autoridades policiais locais. Um indígena que supostamente seria o guia da embarcação dos militares também relatou os fatos às autoridades do Exército e da Polícia Federal.
O laudo necroscópico do IML (Instituto de Medicina Legal) apontou como causa da morte de uma das vítimas "insuficiência respiratória por secção completa da traqueia, causada por instrumento perfurocortante", ou seja, teve a garganta cortada com faca, além da perfuração da caixa torácica esquerda e do pulmão. Exames balísticos também confirmaram que o disparo que atingiu uma das vítimas foi feito com o fuzil usado pelo oficial.
Além das acusações de homicídio, os militares respondem por ocultação de cadáver e destruição de provas.
Inicialmente, a 1ª instância da Justiça Militar da União em Manaus chegou a decretar a prisão do tenente, mas a medida foi revogada pela juíza federal da Justiça Militar que apreciou o pedido, alegando contradições no depoimento do indígena. Diante da decisão, o MPM recorreu ao STM para restabelecer a prisão do tenente, apresentando novos elementos de provas, e pediu também a prisão dos demais sete militares integrantes da patrulha fluvial que abordou os garimpeiros.
Relator do caso, o Ministro Carlos Vuyk de Aquino acatou parcialmente o pedido do Ministério Público, decretando somente a prisão do oficial, comandante da patrulha e executor do tiro e acusado de desferir os golpes de faca.
Em seu voto, o ministro destacou que, “a partir do conhecimento dos novos elementos colhidos pelo Órgão ministerial, além da prova do fato e dos indícios de autoria, restam plenamente identificados os requisitos da garantia da ordem pública e da periculosidade do agente, assim como da conveniência da instrução criminal e da necessidade de manutenção dos Princípios da hierarquia e da disciplina castrenses”.
Justifica-se, disse o voto, “a imposição da medida extrema, todavia, não para todos os militares do contingente do Grupo de Comando, conforme requerido pelo Órgão ministerial, restringindo-se a constrição, unicamente, para o Oficial, pelo menos até que mais elementos sobrevenham aos autos com o correr das investigações conduzidas no âmbito do Exército Brasileiro.”
O Relator ainda afirmou que o caso revela a extrema gravidade dos fatos apurados, bem como ressaltou o receio de represálias por parte do oficial contra outros integrantes da unidade, uma vez que “há relatos de que o réu se vale de sua patente para coagir colegas a sustentarem versão fictícia dos fatos. A permanência de um oficial com tal conduta compromete a autoridade e a integridade das instituições militares.”
Além da prisão, o STM determinou que o tenente não se aproxime ou mantenha contato com testemunhas, militares envolvidos ou seus familiares, por qualquer meio. Também foi ordenado o recolhimento de eventuais armas de fogo particulares e a proibição imediata de acesso a qualquer tipo de armamento.
O tenente já responde a ação penal na Justiça Militar da União, em Manaus, e um segundo Inquérito Policial Militar, aberto pelo Exército, investiga a participação dos demais militares na ação criminosa.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nº 7000251-32.2025.7.00.0000