Abertura do evento foi prestigiada pelo Ministro da Justiça e presidentes de Tribunais Superiores

Nesta segunda-feira (6), teve início o IV Congresso Internacional de Direito da Lusofonia, no Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília.

A abertura do evento contou com a participação de presidentes de Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União, da Advogada-Geral da União, Grace Mendonça, do presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto Caldas, do Ministro da Justiça, José Levi do Amaral, entre outras autoridades. 

A palestra de abertura abordou o tema “Os direitos fundamentais no Direito Comparado dos Estados de Língua Portuguesa”, e foi proferida pelo professor doutor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Jorge Miranda.

A ministra Maria Elizabeth Rocha, coordenadora do encontro, apresentou o professor como “jurista notável” que “construiu o pensamento constitucional no mundo de Língua Portuguesa”.

No início de sua fala, o professor parabenizou o STM pela iniciativa de sediar o evento, o que, na sua opinião, é um exemplo para outros tribunais militares mundo afora.

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Jorge Miranda fez um panorama sobre os direitos fundamentais em outros países e acentuou o espaço dedicado ao tema na Constituição Brasileira. Segundo ele, não há verdadeiros direitos fundamentais sem uma referência ao poder político, ao Estado e à Constituição.

Os direitos fundamentais, afirmou o especialista, ou práticas ligadas à dignidade da pessoa humana, estão radicados no direito natural ou em valores éticos superiores e no desenvolvimento histórico da humanidade.

“Tal como o conceito de Constituição, o conceito de direitos fundamentais surge indissociável da ideia de direito liberal”, afirmou, citando como características basilares a busca pela individualidade e pela liberdade.

O universalismo e multiculturalismo também foram assuntos abordados durante a exposição. Uma das questões propostas foi como compatibilizar o pluralismo cultural e religioso e a existência de direitos universais.

Por essa razão, defendeu que é necessário transcender visões relativistas e investir na formulação de direitos iguais para todos os seres humanos.

Direitos fundamentais: estados de língua portuguesa

Ao final de sua fala, o acadêmico fez uma explanação sobre a história da transição dos regimes autoritários para os regimes democráticos, nos países de Língua Portuguesa, e o surgimento das constituições democráticas.

Em seguida trouxe um apanhado sobre o número de ocorrências de termos ligados aos direitos fundamentais nas constituições dos estados lusófonos, tais como: dignidade da pessoa humana, igualdade entre de direitos entre homem e mulher, aplicação da pena de morte e estado laico.

Também fizeram parte da exposição questões como o nível de liberdade concedido aos cidadãos nos estados democráticos em contraposição aos regimes totalitários, o desafio do terrorismo para as sociedades modernas e o papel pacificador dos direitos sociais.

Sistemas regionais de direitos humanos

A segunda palestra do dia foi proferida pelo presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CDIH), o brasileiro Roberto Caldas.

O expositor elogiou a iniciativa do STM em promover o encontro e falou inicialmente que a disseminação do discurso sobre direitos humanos é muito importante porque eles constituem o núcleo dos direitos fundamentais nas Constituições.

O palestrante lembrou que a América tem uma preocupação especial com o tema dos direitos humanos.

Como exemplo citou a Constituição mexicana de 1917, a primeira no mundo a trazer dispositivos de direitos sociais, e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969.

O palestrante explicou que o sistema interamericano de direitos humanos conta com uma Comissão e uma Corte.

A comissão tem funções administrativas e também atua como uma espécie de Ministério Público, ao apreciar previamente as demandas.

A Corte segue as diretrizes da Convenção Americana de Direitos Humanos. Quando não há acordo na Comissão, o caso é encaminhado à Corte. No entanto, as decisões da Comissão não tem caráter compulsório, ao contrário das sentenças da Corte.

Entre as curiosidades apontadas, Caldas citou o fato de os Estados Unidos nunca ter ratificado a Convenção e a Venezuela ter deixado de ser signatária durante o governo de Hugo Chaves.

Ao falar sobre o sistema regional de direitos humanos na África, relembrou o processo de descolonização e de retomada de autodeterminação econômica dos países.

Citou também o êxito dos sistemas regionais do continente africano, que venceu o dilema entre os direitos econômicos e os direitos sociais e culturais.

Caldas lembrou que a Carta Africana de Direitos Humanos (Carta de Banjul), de 1981, foi um marco no continente. Ao tratar de direitos tribais e coletivos o documento também avançou no sentido de abordar os direitos econômicos, sociais e culturais.

Sobre o sistema europeu de direitos humanos, Roberto Caldas falou do Conselho da Europa. O especialista lembrou que, até 1998, havia uma comissão e uma corte para esse fim.

A partir dessa data, foi extinta a comissão e criou-se um tribunal europeu único. O órgão passou a receber diretamente as petições ligadas às demanda da área.

Ao final, o presidente da CIDH afirmou que participar de um sistema de direitos humanos é um desafio. Os casos que chegam são todos muito sensíveis e são discutidos nas maiores academias que tratam de direitos humanos.

Um dos casos mais difíceis apreciados pela Corte, segundo Caldas, foi a sentença que questionou a validade da Lei da Anistia no Brasil, mesmo após o STF ter considerado que a legislação continuava em vigor.

Ele explicou que a Corte defende que crimes de lesa-humanidade (crimes de sangue) não são passíveis de anistia.

Palavra do Presidente do STM

O presidente do STM, ministro William de Oliveira Barros, fez a abertura oficial do IV Congresso Internacional de Direito da Lusofonia e agradeceu a presenças das delegações.

Na oportunidade, relembrou as edições anteriores do encontro e disse que o congresso visa desenvolver práticas jurídicas que permitam o compartilhamento de políticas para o aprimoramento de normas e matérias sobre o tema.

Em seguida, o presidente lembrou alguns temas de destaque como os direitos humanos e o multiculturalismo e enfatizou a importância do encontro para o estreitamento de laços de amizade e confiança entre os representantes dos vários países.

Acesse à íntegra das Palestras e as fotografias do evento 

Congresso de Lusofonia é tema da bancada do Jornal da Justiça e na Rádio Justiça

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Presidente do STM receberá o diploma Bertha Lutz.

 

Foi aprovada na última terça-feira (16) no Senado Federal a indicação da ministra Maria Elizabeth Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar, para receber o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz. Instituído pela Resolução do Senado Federal 2/2001, o diploma é conferido anualmente a mulheres que “tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e questões de gênero”.

Pela primeira vez desde 2002, o diploma será conferido a seis mulheres em 2015. Diante do empate na votação para a escolha das cinco homenageadas, o Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, composto por 15 membros e presidido pela senadora Ângela Portela (PT-RR), decidiu abrir uma exceção e contemplar uma candidatura a mais. Em 8 de março de 2015, a comenda será entregue a personalidades femininas que se destacaram na luta pelos direitos da mulher. São elas: Carmen Lúcia Antunes Rocha, Clara Araújo, Mary Garcia Castro, Ivanilda Pinheiro Salucci, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha e Creuza Maria Oliveira.

A procuradora da Mulher no Senado e integrante do conselho, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), considerou difícil a escolha entre os 16 nomes apresentados por entidades da sociedade civil. Segundo ela, todas possuem mérito por terem se dedicado com coragem e determinação à defesa da igualdade entre homens e mulheres.

A ministra Elizabeth foi a primeira mulher a compor o Plenário do Superior Tribunal Militar em 2007. Em junho de 2014, ela se tornou a primeira mulher a assumir a presidência da Corte Militar em 206 anos de história. Em seu discurso de posse, a presidente afirmou que a ampliação da participação das mulheres nos espaços públicos e privados é condição para o aperfeiçoamento da cidadania. “Sem dúvida, o empoderamento feminino aperfeiçoa a República. Uma democracia sem mulheres é uma democracia incompleta”.

A cerimônia de entrega do diploma ocorre todos os anos no mês de março para comemorar o Dia Internacional da Mulher. A homenagem carrega o nome de uma das maiores líderes na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras: Bertha Maria Júlia Lutz. Dentre suas conquistas, destacam-se o empenho pela aprovação da legislação que concedeu o direito às mulheres de votarem e serem votadas.Conheça mais a história de Bertha Lutz aqui.

*Com informações da Agência Senado. 

 

O Congresso Jurídico - “Leis Penais Extravagantes”-, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça Militar da União (ENAJUM), foi encerrado na última sexta-feira (27).

A capacitação ocorreu na cidade de São Paulo e durante três dias buscou atualizar e aprimorar conhecimentos técnico-profissionais dos participantes por intermédio de palestras, painéis e debates.

Dentre os mais de 60 participantes, estavam magistrados membros da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), da Escola Nacional da Magistratura (ENM), do Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais (TJM/MG) e do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJM/SP).

Durante a programação, os participantes trocaram conhecimentos e experiências a respeito das justiças militares da União e estaduais, assim como puderam entender as particularidades de cada uma delas.

Os principais assuntos discutidos giraram em torno da recente modificação legislativa, que alterou significativamente a aplicação da Lei no âmbito da Justiça Militar, trazendo para o seu rol de apreciação diversos outros regulamentos legais, como a “Lei de Organizações Criminosas - Lei 12.850/13” e “Crimes Militares por extensão no âmbito das Justiças Militares Estaduais”.

O dia 26, segundo dia da jornada, foi dedicado a explicar “Abuso de autoridade e sua nova perspectiva” e “Crimes de Tortura- Lei 9.455/97”.

No dia do encerramento, a discussão girou em torno da possibilidade ou não de “crimes de Colarinho Branco nas instituições militares”.

A palestra de encerramento foi proferida pelo ministro do Superior Tribunal Militar (STM), Francisco Joseli Parente, que abordou “As medidas cautelares no âmbito da JMU”.

Os palestrantes selecionados para o evento foram magistrados da JMU, das justiças militares estaduais, advogados e desembargadores, todos com amplo conhecimento das questões discutidas.

Os painéis de debates foram realizados no auditório do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJM/SP), enquanto o encerramento foi na Auditoria da 2ª Circunscrição Judiciária Militar.

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Compartilhar experiências sobre o tema do Direito Militar, com o objetivo de fortalecer o estudo da matéria e contribuir para a consolidação de uma verdadeira doutrina jurídica sobre o tema.  Esse é o objetivo do Congresso Mundial de Direito Militar que será realizado na cidade de Bogotá (Colômbia), entre os dias 19 e 21 de novembro deste ano.

O Congresso contará com a participação do Superior Tribunal Militar, Ministério Público e Exército da Colômbia, da Associação Mundial de Especialistas em Direito Militar e Direito da Guerra e da Pontifícia Universidade Javeriana. As inscrições podem ser feitas pelo sitewww.congresoderechomilitar.com .

O Congresso faz parte das atividades desenvolvidas pelo Observatório Sul-Americano em Direito Militar. Países como Colômbia, Brasil, Chile e Peru se unem para uma análise da atividade das instituições castrenses a partir de uma perspectiva ampliada e temas correlacionados. O STM é uma das instituições cofundadoras do projeto.

O professor e doutor em direito constitucional Javier Rincón Salcedo, da Colômbia, integrante do Observatório e um dos organizadores do Congresso, explica o que é  e como funciona o Observatório Sul-Americano em Direito Militar. Veja a entrevista em português e, em seguida, em espanhol:

Por que foi criado o Observatório em Direito Militar?

Javier Rincón: O Observatório Sul-Americano em Direito Militar nasce de uma preocupação de acadêmicos (civis e militares) de diferentes países (Colômbia, Brasil, Chile e Peru) em relação à excessiva penalização do estudo da atividade desenvolvida pelas Forças Militares. O Observatório é um espaço acadêmico por meio do qual se busca despenalizar o estudo das Forças Militares, abordando a análise da atividade das instituições castrenses a partir de uma perspectiva ampliada e omnicompreensiva, com a qual se pretende contribuir para a construção de uma doutrina jurídica em Direito Militar - este último entendido como o conjunto de áreas jurídicas em que se expressa a atividade militar – Constitucional, Processual, Administrativo, Contratual, Responsabilidade Extracontratual, Internacional Público, Disciplinar – sem deixar de lado o componente penal, que será abordado a partir da perspectiva da vitimologia jurídica.

Quais são os objetivos do Observatório?

Javier Rincón: Em primeiro lugar, ser um espaço acadêmico de construção de uma doutrina sul-americana de Direito Militar.  Em segundo lugar, ser um espaço sul-americano de encontro e debate sobre as principais problemáticas jurídicas existentes em torno da atividade desenvolvida pelas Forças Militares. Nesse sentido, a análise a partir da perspectiva do Direito Constitucional e do Direito Administrativo tem particular relevância. Em terceiro lugar, contribuir com estudos objetivos de alto nível acadêmico sobre as Forças Militares que permitam, a partir da perspectiva jurídico-econômica, delimitar e consolidar o papel dessas Forças nos Estados contemporâneos. Quer dizer, estabelecer quais devem ser os parâmetros de ação das Forças Militares em cenários nos quais os problemas de segurança interna e externa se encontram em constante mutação. Em quarto lugar, “desmilitarizar” o estudo da atividade Militar, pressionando para que a sociedade civil, por meio das universidades e dos acadêmicos, se aproprie dos temas ligados às Forças Militares e que o estudo de sua atividade saia do círculo destas mesmas Forças. Como diria o Professor Cotino, “se pedimos que o mundo militar deixe de resultar em algo distante, estranho, não somente cabe exigir uma atitude convergente e positiva por parte dos membros do estamento armado, mas também é responsabilidade daqueles que formam parte desta sociedade “civil” procurar uma aproximação com o fenômeno militar”. Finalmente, gerar projetos sociais dirigidos à atenção jurídica dos membros das Forças Militares no continente. O primeiro destes projetos já se encontra em andamento e consiste num consultório jurídico virtual gratuito dirigido aos membros das Forças Militares colombianas.

Que tipo de atividades concretas o Observatório desenvolveu?

Javier Rincón: Quanto aos cenários de discussão acadêmica, até o momento foram realizados dois seminários internacionais, um realizado no mês de abril sobre “Os soldados como vítimas dos Conflitos Armados”, e outro no mês de agosto, com o título “As Forças Militares nos Estados Contemporâneos. Uma visão desde a perspectiva do Direito post transicional”. Teremos o Congresso Mundial em Direito Militar que será realizado entre os dias 19 e 22 de novembro na cidade de Bogotá, cuja temática central será o Direito Militar em períodos de transição e pós-transição. Este congresso está sendo organizado por três dos membros fundadores do Observatório (Superior Tribunal Militar do Brasil, Exército Nacional da Colômbia e a Pontifícia Universidad Javeriana) com o apoio da Sociedade Mundial de Especialistas em Direito Militar e Direito da Guerra. No aspecto da pesquisa, os membros fundadores têm como foco cinco importantes linhas de estudo: papel das Forças Militares nos Estados democráticos contemporâneos; o soldado como vítima dos conflitos armados; a responsabilidade extracontratual do Estado pelas ações das Forças Militares; o regime do trabalho e segurança social dos membros das Forças Militares (análise econômica do Direito); e Justiça Militar e democracia. No aspecto social, foi estruturado o Consultório Jurídico Virtual gratuito para membros das Forças Militares colombianas, que esperamos que comece a funcionar no começo de 2015.

Onde será a sede do Observatório?

Javier Rincón: O Observatório em Direito Militar terá como sede inicial a cidade de Bogotá e especificamente a Faculdade de Ciências Jurídicas da Pontifícia Universidad Javeriana, casa de estudos comprometida com o fortalecimento das instituições democráticas do continente e que, há vários anos, realiza estudos relacionados com a função pública militar e a vitimologia jurídica (soldados como vítimas dos conflitos armados), Direito Internacional e o papel constitucional das Forças Militares nos Estados contemporâneos e igualmente com a Justiça Militar.  Entretanto, o Observatório não tem a vocação de permanência numa única cidade ou país. Como foi exposto aos membros fundadores do Observatório, procuraremos  uma rotação permanente das atividades por todo o continente de maneira que, mesmo que administrativamente o Observatório esteja inicialmente em Bogotá, as diferentes atividades acadêmicas se estendam a todos os países da América do Sul, tendo um particular desenvolvimento no Brasil, onde se encontra localizado o Superior Tribunal Militar – instituição cofundadora e terra de uma das acadêmicas mais comprometidas com este valioso projeto, a ministra-presidente e professora Maria Elizabeth Guimaraes Teixeira Rocha. Igualmente, se espera um grande desenvolvimento no Peru e no Chile, pois o general Waldo Martínez e o almirante Julio Pacheco são alma deste projeto. Na Colômbia, o compromisso do Exército Nacional, nas pessoas do general Lasprilla (Comandante do Exército) e do major general Gustavo Rincón, tem sido determinante para o desenvolvimento do Observatório.

Versão em espanhol:

Por qué nace el Observatorio en Derecho Militar?

Javier Rincón: El observatorio Continental en Derecho Militar nace por una preocupación de académicos (civiles y militares) de diferentes Países (Colombia, Brasil, Chile y Perú) por la excesiva penalización del estudio de la actividad desarrollada por las Fuerzas Militares. Es decir, el Observatorio nace como un espacio académico a través del cual se busca despenalizar el estudio de las Fuerzas Militares, abordando el análisis de la actividad de las instituciones castrenses desde una perspectiva ampliada y omnicomprensiva, desde la cual, se pretende aportar a la construcción de doctrina jurídica en Derecho Militar, entendiendo por este último, todo el conjunto de áreas jurídicas en las que se expresa la actividad militar  - Constitucional, Procesal, Administrativo, Contractual, responsabilidad extracontractual, internacional público, disciplinario – sin dejar de lado el componente penal, pero abordándolo desde la perspectiva de la victimología jurídica.

Cuál es el Objetivo u objetivos del Observatorio?

Javier Rincón: En primer lugar, como ya lo manifestaba, ser un espacio académico de construcción de doctrina continental en Derecho Militar.  En segundo lugar, ser un espacio suramericano de encuentro y debate sobre las principales problemáticas jurídicas existentes alrededor de la actividad desarrollada por las Fuerzas Militares, en este sentido el análisis desde la perspectiva del Derecho Constitucional y del Derecho Administrativo toman particular relevancia. En tercer lugar, contribuir con estudios objetivos de alto nivel académico sobre las Fuerzas Militares, que permitan, desde la perspectiva jurídico-económica, delimitar y consolidar el rol de dichas Fuerzas en los Estados contemporáneos. Es decir, establecer cuáles deben ser los parámetros de actuación de las Fuerzas Militares en escenarios en los cuales los problemas de seguridad interna y externa se encuentran en constante mutación. En cuarto lugar, “desmilitarizar” el estudio de la actividad Militar, presionando para que sea la sociedad civil, a través de las universidades y de los académicos, la que se apropie de los temas ligados a las Fuerzas Militares y que el estudio de su actividad salga del circulo de dichas Fuerzas. Como diría el Profesor Cotino “Si demandamos que el mundo militar deje de resultar algo distante, extraño, no sólo cabe exigir una actitud convergente y positiva por parte de los miembros del estamento armado sino que es responsabilidad de quienes formamos parte de esta sociedad “civil” procurar, también, un acercamiento hacia el fenómeno militar”. Finalmente, generar proyectos sociales dirigidos hacia la atención jurídica de los miembros de las Fuerzas Militares en el continente. El primero de estos proyectos ya se encuentra en marcha y consiste en un consultorio jurídico virtual gratuito dirigido a los miembros de las Fuerzas Militares colombianas.

Qué tipo de actividades concretas ha desarrollado el Observatorio?

Javier Rincón: En cuanto escenarios de discusión académica, hasta el momento se han desarrollado dos seminarios internacionales uno realizado en el mes de abril sobre “Los soldados como victimas de los Conflictos Armados” y otro en el mes de agosto titulado “Las Fuerzas Militares en los Estados contemporáneos. Una mirada desde la perspectiva del derecho post transicional”. Y en este momento ya está proyectado un tercer seminario el cual tendrá lugar en el mes de septiembre sobre “Justicia Militar y Democracia” y tendremos el Congreso Mundial en Derecho Militar a realizarse los días 19 al 22 de noviembre en la ciudad de Bogotá, cuya temática central será el Derecho Militar en periodos de transición y post transición y está siendo organizado por tres de los miembros fundadores del Observatorio (Superior Tribunal Militar de Brasil – Ejército Nacional de Colombia (CEA) y la Pontificia Universidad Javeriana) con el apoyo de la sociedad Mundial de Especialistas en Derecho Militar y Derecho de la guerra.  En el aspecto de investigación los miembros fundadores han planteado cuatro importantes líneas de estudio a saber: Rol de las Fuerzas Militares en los Estados Democráticos contemporáneos - El soldado como victima de los conflictos armados -  La responsabilidad extracontractual del Estado por las actuaciones de las Fuerzas Militares– El régimen laboral y prestacional de los miembros de las Fuerzas Militares (Análisis económico del derecho). En el aspecto social, se ha estructurado el Consultorio Jurídico Virtual gratuito para miembros de las Fuerzas Militares colombianas el cual esperamos comience a funcionar a principios del próximo año 2015.

Dónde tendrá su sede el Observatorio?

Javier Rincón: El Observatorio en Derecho Militar tendrá como sede inicial la ciudad de Bogotá y específicamente la Facultad de Ciencias Jurídicas de la Pontificia Universidad Javeriana, casa de estudios comprometida con el fortalecimiento de las instituciones democráticas del continente y la cual, desde hace ya varios años, se ocupa de estudios relacionados con la función pública militar y la victimología jurídica (soldados como víctimas de los conflictos armados), el Derecho Internacional y el rol constitucional de las Fuerzas Militares en los Estados Contemporáneos.  Sin embargo, si bien la sede inicial será en la ciudad de Bogotá, el observatorio no tiene vocación de permanencia en una única ciudad o país, de hecho, tal y como se ha planteado con los miembros fundadores del Observatorio, procuraremos que exista una rotación permanente de actividades por todo el continente, de manera que, si bien administrativamente el  observatorio estará en Bogotá, las diferentes actividades académicas se extenderán a todos los países de Sudamérica, teniendo un particular desarrollo en Brasil donde se encuentra ubicado el Superior Tribunal Militar – Institución cofundadora – y es la tierra de una de las académicas más comprometidas con este valioso proyecto, la Ministra Presidenta Prof. Dra. María Elizabeth Guimaraes Teixeira Rocha.

 

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  • Expediente

    Juiz Federal da Justiça Militar
    WENDELL PETRACHIM ARAUJO

     

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