O terceiro dia de curso foi marcado por atividades práticas como visita ao laboratório de destroços do CENIPA e ao laboratório de gravações de caixa-preta.
Magistrados têm jornada especial com especialistas da Aeronáutica
Os participantes do Curso “O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo” tiveram uma jornada muito especial nesta quarta-feira (28). Advogados, promotores e magistrados, dos vários ramos da justiça brasileira, conheceram na prática como funciona a vigilância aérea do país e as peculiaridades da prevenção e da investigação de acidentes aéreos.

A primeira parada foi no Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), órgão da Aeronáutica, que reúne militares das três Forças Armadas. Eles acompanharam a prática das duas principais unidades da Aeronáutica responsáveis pela vigilância do espaço aéreo brasileiro. Na palestra, o major-brigadeiro Marcelo Holanda, chefe do COMDABRA , informou que as ordens de interceptações de aeronaves suspeitas ou agressores no espaço aéreo brasileiro são de responsabilidade da unidade especial da Aeronáutica.

Ele também disse que as atividades de socorro aéreo, apuração de infração de tráfego e ainda o combate tráfico ilícito de entorpecente em aeronaves também são de responsabilidade do órgão. “Somo nós que cumprimos as ordens de abate de aeronaves determinadas pelo presidente da República”, afirmou. Ainda segundo ele, a única exceção na lei do abate fica por conta do tráfico ilícito de entorpecentes. “Neste caso, foi delegado ao Comandante da Aeronáutica dar a ordem para derrubar as aeronaves”, disse.

Após a visita ao COMDABRA, os participantes do curso foram ao Centro de Prevenção e de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão da Aeronáutica, também sediado em Brasília. Na unidade, os participantes assistiram a várias palestras com especialistas. Dentre elas, a palestra sobre risco aviário, o lançamento de um livro doutrinário sobre o Sistema de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos e sobre gravações e degravações das caixas-pretas da aeronaves.

De acordo com o Coronel Flávio Antônio Coimbra, no Brasil jamais se registrou mortes em acidentes aéreos provenientes de colisão entre aviões e aves. Mas o oficial demonstrou que é corriqueiro no país as avarias em aviões como resultados de choques com urubus, pombos e diversos outros tipos de pássaros. Ainda de acordo com ele, o principal risco aviário enfrentados pelos pilotos brasileiros está junto aos aeroportos da cidades, devido à proximidade de aterros sanitários e lixões, que atraem, principalmente, urubus para as principais rotas de pousos e decolagens.

Outra palestra interessante foi sobre o sistema de registro de voz e dados nas diversas aeronaves, as famosas caixas-pretas. Um oficial especialista da Aeronáutica, explicou aos magistrados e operadores do direito que o som ambiente das cabinas de comando e do sistema de áudio são gravados pelo "Gravador de Voz" e os dados de performance como velocidade, aceleração, altitude e ajustes de potência, entre tantos outros, é gravado em outro equipamento conhecido como "Gravador de Dados".

O militar disse também que a Convenção de Chicago, um tratado internacional do qual o Brasil é signatário e que trata de normas aeronáuticas, não permite que os dados das caixas-pretas degravados e analisados sejam utilizados para outra função, a não ser para prevenção de novos acidentes. O especialista disse também que o Poder Judiciário pode ter acesso a qualquer dado, no entanto, o ideal é que os magistrados e os promotores se atenham aos registros brutos dos dados.

Para o juiz-auditor Arizona Saporiti, da Auditoria Militar de Salvador, a jornada de palestras do curso tem sido muito importante, principalmente por trazer ao magistrado esse outro lado dos especialistas. Ainda segundo o juiz, quanto mais informações chegarem aos dos juízes, mais firme e consistente serão as suas decisões. Ainda de de acordo com Saporiti, a Justiça Militar está um passo à frente dos outros ramos da justiça brasileira, no tocante aos julgamento de casos relacionados a acidentes aéreos, justamente porque os magistrados compreenderam a finalidade dos dados do Sistema de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos. “Temos ciência de que os relatórios do SIPAER não são inquéritos e o seu uso sem uma cuidado especial pode vir a trazer sérios prejuízos e quebra de confiança junto às fontes de informações do sistema, que são essenciais”, disse.

A jornada do curso “O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo” nas dependências do CENIPA terminou com uma visita ao laboratórios de destroços, onde os participantes puderam ver os restos da algumas aeronaves acidentadas. Dentre eles, o painel e a caixa-preta da aeronave do Boeing 737-800, Voo Gol 1907, acidentada em 2006. A Aeronave voltava de Manaus, em direção a Brasília, quando foi tocada pelo Embraer Legacy 600, que seguia para os Estados Unidos. O avião caiu na região norte de Mato Grosso.

 

Pelo menos 30 juízes federais e estaduais já confirmaram presença no 2º Curso sobre o Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo, promovido pelo Superior Tribunal Militar.

O curso vai ocorrer no período de 12 a 16 de agosto e deve reunir magistrados, advogados da União, defensores públicos, promotores e procuradores, assessores jurídicos de diversos órgãos e integrantes das Forças Armadas e dos órgãos de segurança pública do país.

O objetivo do curso é propiciar aos participantes um conhecimento mais acurado sobre as peculiaridades da segurança de voo na aviação brasileira e aproximar os operadores do direito dos aspectos técnicos que envolvem a análise de acidentes aeronáuticos.

Para isso, foram abertas 120 vagas para representantes da Justiça Militar, Justiça Federal, Ministério Público e Advocacia Geral da União, entre outros órgãos.

Este é o segundo ano de realização do curso, que é planejado e organizado pelo Centro de Estudos Judiciários da Justiça Militar da União (Cejum). A coordenação científica é do juiz federal substituto Marcelo Honorato, que já foi piloto da Força Aérea Brasileira e é considerado um dos maiores especialistas em segurança de voo do país.

Dentre as palestras previstas estão “A Investigação do Sipaer e a Atuação do Poder Judiciário”; “O Direito penal e processual penal no acidente aeronáutico”; “Princípios do sistema de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos” e “A investigação criminal nos acidentes aeronáuticos”.


Na programação, boa parte realizada no edifício-sede do STM, estão previstas visitas técnicas ao CINDACTA I, COMDABRA, CENIPA, todos órgãos da Aeronáutica, e ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal.

A primeira edição do curso “O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Vôo” ocorreu em novembro do ano passado e diante do sucesso do evento, o único do gênero realizado no país, foi bastante prestigiado e procurado por operadores do direito, o que tornou imperiosa a organização de uma segunda edição.

Entrevista

Recentemente, o juiz federal Marcelo Honorato, coordenador científico do curso O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo, concedeu uma entrevista exclusiva ao Canal Youtube do STM. No sete minutos de entrevista, o especialista esclarece os principais pontos discutidos pelos operadores do direito durante o evento. Acompanhe no vídeo abaixo.

Confira também a programação completa do II Curso “O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo”. As inscrições foram encerradas no dia 5 de julho e todas as 120 vagas foram preenchidas. 

 

No terceiro dia de palestras, a ministra e vice-presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, vai discorrer sobre o julgamento de civis pela JMU. Para ela, a Justiça Militar da União (JMU) tem plena competência para julgar civis.

No terceiro dia de palestras, a ministra e vice-presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, vai falar sobre o julgamento de civis pela JMU. Para ela, a Justiça Militar da União (JMU) tem plena competência para julgar civis.
Assista à entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=aLLmMx4w9pA

 

Nesta sexta-feira (13 de maio), às 11h30, (horário de Portugal), a ministra Maria Elizabeth Teixeira Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM), vai proferir a “Aula Aberta” na Escola de Direito da Universidade do Minho, no Distrito de Braga, em Portugal. Em uma rede social, a Universidade de Minho informou que a distinção entre crimes militares e crimes de guerra não podia ser mais oportuna.

“Num tempo em que a Europa se vê envolvida em mais um conflito de natureza militar, a abordagem dos crimes de guerra e sua distinção com os comuns crimes militares faz todo o sentido. Sobretudo quando ela é feita por quem tem de julgar crimes militares, como é o caso da Ministra do Superior Tribunal Militar do Brasil. Profunda conhecedora da matéria e com particular sensibilidade para os direitos humanos envolvidos nesta matéria. É sobre esta temática que a Aula aberta tratará e para a qual estão convidados”, publicou a Univeridade. 

A ministra também estará em Salamanca, na Espanha, na semana seguinte, onde participará do 1º Congresso Internacional en Gobernanza y Lucha Contra la Corrupción.

O evento ocorrerá nos dias 16 e 17 de maio, no Salón de Grados de la Facultad de Derecho, Universidade de Salamanca.

 

 

 

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Ministro Flávio Bierrenbach dividiu conhecimento adquirido em 45 anos de experiência como aviador e em julgamentos de acidentes aéreos como advogado e ministro do Superior Tribunal Militar.
Ministro aposentado do STM e experiente aviador divide experiências e perspectivas da segurança de voo
A visão de um aviador e juiz sobre a segurança de voo foi o tema da segunda palestra de abertura do curso "O Papel do Poder Judiciário na Segurança de Voo" apresentada pelo ministro aposentado Flávio Bierrenbach.

O ministro dividiu a sua experiência adquirida em 45 anos como aviador e em casos de acidentes aéreos como advogado e, depois, como ministro do Superior Tribunal Militar.

O ministro contou histórias pessoais, como quando decidiu parar de voar após sofrer um acidente aéreo por imprudência.

Bierrenbach também divertiu a plateia afirmando que, apesar de a aviação ser uma atividade científica, ele não conhece nenhum aviador que não tenha uma superstição para se proteger contra acidentes. "Vou contar a minha: nunca deixo que tirem uma fotografia minha antes de decolar, já deixei inclusive de embarcar em um avião por causa disso", contou o palestrante.

O palestrante citou a relação entre o estresse e a segurança de voo, citando o filme "O Voo" de 2013 que fala sobre a dependência de álcool de um piloto comercial.

Durante a conversa, o ministro Bierrenbach falou sobre outros temas como a cobertura da imprensa leiga sobre acidentes aéreos e o enorme número de desinformação gerado por consequência e o terrorismo.

Em breve, a palestra do ministro aposentado Flávio Bierrenbach estará disponível no canal do Superior Tribunal Militar no Youtub

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