O segundo dia do seminário “O Brasil em Transformação” foi destinado a discutir questões das áreas de defesa, justiça, corrupção e os caminhos para a reconstrução da democracia.

Os palestrantes do dia foram o ministro de Estado da Defesa - general Fernando Azevedo e Silva -, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Augusto Heleno Ribeiro.

O seminário está sendo realizado na sede do Superior Tribunal Militar (STM) e tem sido palco para debates e troca de ideias a respeito dos trabalhos e medidas de relevo que estão sendo desenvolvidas no Brasil desde o início de 2019.

No primeiro dia do evento, foram trazidas questões como economia, ciência e tecnologia, além das perspectivas do setor agrícola.

Forças Armadas e Defesa Nacional

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, abriu o segundo dia do seminário. Ele abordou o tema “O Brasil, as Forças Armadas (FA) e a defesa no cenário atual”, demonstrando as principais funções e atribuições militares no país, a atuação constitucional e a evolução histórica do Brasil politicamente, o que, na opinião do ministro, reflete a estrutura atual do Ministério da Defesa e das próprias Forças Armadas.

Um dos aspectos mais explorados pelo ministro Fernando Azevedo foi a área de fronteira do Brasil, suas dimensões continentais e os problemas que isso traz do ponto de vista da segurança nacional, com impacto no aumento da criminalidade, do fortalecimento do crime organizado, além de refletir em prejuízos na imagem do país.

Ao explicar a atuação do Ministério da Defesa, foram citadas as diversas operações em que a Marinha, o Exército e a Força Aérea estiveram ou estão envolvidos. Desde 1988, segundo dados do Ministério da Defesa, as Forças Armadas já foram empregadas em 136 ocasiões diferentes, totalizando 8.560 dias em operação.

Dentre as mais recentes, estão a participação em grandes eventos, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas, ações humanitárias, apoio ao desenvolvimento nacional, como a Operação Verde Brasil, destinada ao combate de incêndios na Amazônia; a Operação Acolhida - que busca receber e interiorizar venezuelanos - e a Amazônia Azul (ainda em realização), que está, não só investigando o acidente de derramamento de óleo no mar brasileiro, mas também realizando a limpeza da praia e controle em toda a costa atingida.

Para o ministro da Defesa, as Forças Armadas passaram por grandes contingenciamentos ao longo de vários anos, o que teve impacto substancial nas instituições como um todo.

“É preciso ter Forças Armadas compatíveis com o que o Brasil precisa e deseja. Para isso, é necessário recursos para implementação dos projetos estratégicos hoje do Ministério da Defesa: reestruturação das organizações militares e das suas carreiras”, frisou.

Democracia, Corrupção e Justiça

O tema destinado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso foi “Democracia, Corrupção e Justiça”. O magistrado falou por cerca de uma hora e explicou aspectos políticos do país, que passa, nesse momento, por transformações.

"Nos últimos anos temos avançado muito e significativamente. Apesar de vivermos tempos difíceis, estamos passando por um processo profundo e positivo de transformação", disse o ministro do Supremo.

Sobre a corrupção, o ministro explicou que “a corrupção no Brasil não foi produto de condutas individuais, mas de esquemas profissionais e institucionalizados de arrecadação e desvio de dinheiro. Esses esquemas envolveram partidos políticos, membros do Legislativo, do Executivo, empresas estatais e outros, em um grau de contaminação impressionante”, reforçou, citando os custos sociais, econômicos e morais que tudo isso trouxe ao país.

O ministro Barroso encerrou sua participação no Seminário citando os três pactos que o Brasil precisa para fortalecer suas instituições e não políticas pontuais.

"O primeiro seria o da integridade, que substitua o oligárquico - Quando no espaço público não seja possível desviar dinheiro e no privado seja preciso respeitar as regras. O segundo é o de responsabilidade fiscal, econômica e social, pois um país que gasta de forma prolongada mais do que arrecada produz desemprego, inflação e desigualdade. Por fim, o pacto pela educação básica, que deveria ser a obsessão nacional, resolvendo problemas de falta de valorização do magistério, analfabetismo, dentre outros aspectos educacionais", pontuou. 

Desafios a serem enfrentados

A tarde do Seminário “O Brasil em Transformação” foi iniciada com a palestra do general Heleno, que falou sobre “Os desafios para a reconstrução de um país democrático”. De forma ampla, o ministro-chefe do GSI explicou a importância de diversas instituições nacionais, apresentou as prioridades do governo em matérias como economia, educação, política externa e segurança nacional.

As fronteiras do país foram novamente apresentadas como um desafio a ser vencido. Na avaliação do ministro, por causa da presença rarefeita do Estado naquela região, o país enfrenta problemas de monitoramento, o que repercute no aumento dos delitos.

Na visão do ministro, a complexa situação demonstra uma necessidade de melhoria em diversos aspectos de segurança nacional, com Forças Armadas bem equipadas e permanentemente preparadas para defesa da Pátria e garantia da lei e da ordem.

O segundo tópico abordado por ele foi a educação, com apresentação de dados que comprovam uma necessidade de políticas públicas mais efetivas na área. “A educação é uma prioridade e, para isso, são necessários investimentos e formação dos professores, que precisam ser cada vez mais valorizados”.

O ambiente geopolítico sul-americano também foi apresentado pelo ministro-chefe do GSI, com suas peculiaridades políticas e ideológicas.

O ministro-chefe citou ainda o pacote anticrime, projeto apresentado pelo Ministério da Justiça que está no Congresso Nacional para aprovação. De acordo com ele, o pacote reflete a necessidade de melhorar o sistema prisional, que ele considerou caótico e desumano, com uma estrutura que não reabilita os presos e provoca transtornos ainda maiores para a sociedade.

“Não podemos continuar no caminho de ser um narco-país, com índices altíssimos em consumo e distribuição de drogas. É preciso fortalecer as instituições, dar subsídios para que elas possam trabalhar, inclusive com garantia de segurança jurídica”, destacou o ministro-chefe.

O seminário “O Brasil em Transformação” será encerrado nesta sexta-feira (8) com palestras sobre a “Economia Azul” e a Política e Estratégia Nacionais de Minas e Energia.

As palestras e discussões estarão disponíveis, em seu inteiro teor, no canal do STM no Youtube.

Veja as fotografias do evento 

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O segundo dia do Seminário Jurídico contou com a presença de quatro palestrantes, que trouxeram ideias e exposições sobre as principais alterações trazidas pela Lei 13.491/17 e suas implicações no trabalho da Justiça Militar da União. Os temas buscaram promover um debate a respeito da ampliação de competências e procedimentos de trabalho nas diversas ramificações da JMU.

O palestrante que abriu o evento desta terça-feira (19) foi o subprocurador–geral de Justiça Militar Clauro Roberto de Bortolli que trouxe uma reflexão sobre os desafios investigatórios da Polícia Judiciária e Ministério Público Militares. O subprocurador enfatizou que a nova lei, complementada pela Lei nº 13.774, foi um divisor de águas e verdadeira revolução na legislação. De acordo com ele, embora existam aspectos que merecem ser melhor trabalhados, tais como questões administrativas e de improbidade, hoje a JMU está mais moderna.

“Pra mim, o que nos dá especialidade enquanto justiça não é o tipo penal, mas os crimes que afetam hierarquia e disciplina. Por isso, é necessária uma mudança de cultura e uma adaptação aos novos procedimentos. Acredito que o seminário está indo nessa direção, proporcionando o debate necessário”, afirmou o suprocurador.

O presidente eleito do Tribunal Regional da Federal da 2ª Região (TRF2), desembargador Reis Friede, foi o responsável por apresentar os aspectos gerais do crime de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/65). Ele analisou os argumentos contrários à ampliação promovida pela Lei nº 13.491/17, assim como as principais sanções aplicáveis e jurisprudência da área, demonstrando como ficou a interpretação do rol de crimes militares após a mudança.

Estatuto do Desarmamento e crime militar extravagante

O Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03), suas especificidades, além de suas divergências com o Código Penal Militar (CPM), foram abordados pelo promotor de justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Flávio Augusto Milhomem. O promotor também apresentou a diferença entre crimes militares próprios e impróprios, o conceito de crime militar extravagante e o concurso aparente de normas.

A palestra ensejou diversas perguntas feitas não só pelo público que assistia ao debate, mas também pelos seguidores do canal do Youtube do STM, que está transmitindo ao vivo todo o Seminário.

Veja a íntegra das palestras do segundo dia de Seminário Jurídico

A última exposição do segundo dia foi realizada pelo ministro do STM Carlos Augusto de Sousa,que abordou a Lei nº 11.343/06 (Lei de Drogas) e a Lei nº 13.491/17. De forma ampla, o ministro explicou especificidades da carreira militar, as atribuições e o serviço que presta à sociedade, enfatizando a importância de uma legislação diferenciada para os casos de uso de entorpecentes na justiça militar.

“Existem controvérsias na legislação, tais como condutas típicas previstas no CPM e não previstas na Lei de Drogas, dentre outras. No entanto, a Justiça Militar é especializada e os conflitos na legislação precisam ser sanados. Devemos dar um julgamento justo e colaborar para que o usuário seja o autor da sua própria história”, concluiu o ministro.

O II Seminário Jurídico é organizado pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da JMU (Enajum). Para o último dia de atividades, estão previstas palestras sobre Licitações e Contrato, sobre a Lei de Organizações criminosas com enfoque no “plea bargain”, além da Lei que regula o terrorismo.

 

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Ministro Carlos Augusto de Sousa

 

Para organizadores, seminário promove intercâmbio da JMU com a comunidade jurídica do Rio de Janeiro
Seminário de Direito Penal e Processual Penal tem início na 1ª CJM
Durante toda a semana, a comunidade jurídica do Rio de Janeiro terá a oportunidade de discutir temas da atualidade ligados ao Direito Penal e Processual Penal em seminário que começou hoje na sede da 1ª. Circunscrição Judiciária Militar. O evento foi organizado pelo Centro de Estudos Judiciários da Justiça Militar da União (Cejum) em parceria com a Diretoria do Foro da 1ª. CJM.

O Seminário de Direito Penal e Processual Penal foi aberto na tarde desta segunda-feira (15) pelo ministro presidente do Superior Tribunal Militar, Raymundo Nonato de Cerqueira Filho. O presidente afirmou a importância dos temas que serão debatidos durante os cinco dias de evento, que servirão para instigar a troca de idéias e auferir conhecimento sobre o direito penal militar.

O ministro Cerqueira também defendeu o papel da Justiça Militar nesse momento em que se discute a reforma do Código Penal no Congresso Nacional. “Nossa Justiça é penal e não se baseia em número elevado de processos. Se assim fosse, estaríamos diante de uma realidade preocupante, teríamos bandidos atuando dentro de quartéis, o que colocaria em risco a segurança nacional”.

Para o coordenador-geral do Cejum, ministro José Coêlho Ferreira, “a realização desse Seminário representa a concretização de uma idéia inédita e feliz da Diretoria do Foro da 1ª. CJM”. Ele ressaltou que o evento se destina à formação da magistratura castrense e oferece a membros do mundo jurídico do Rio de Janeiro a oportunidade de conhecer temas caros a essa justiça especializada.

O juiz Jorge Marcolino dos Santos, coordenador científico do Seminário e diretor do Foro da 1ª. CJM, também sublinhou outros aspectos importantes na realização dos debates: a integração da JMU com os demais ramos do Judicário, Ministério Público e Defensoria Pública, com o público universitário, além da divulgação da sede da Justiça Militar no estado fluminense.

A palestra de abertura será proferida pelo desembargador Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, seguido do subprocurador –geral da República Eugênio José Guilherme de Aragão.

Ao todo, a organização do evento homologou em torno de 230 inscrições. Os áudios de cada palestra poderão ser acessados na íntegra no site do Cejum: http://cejum.stm.jus.br/

 

 

Acumulação de cargos na área de saúde e a criação de procedimentos para a maior eficiência nas contratações na área de Tecnologia da Informação foram os temas abordados na manhã desta terça-feira (15), no XI Seminário de Direito Militar
Seminário discute acumulação de cargos e gestão de Tecnologia da Informação
Ministro do TCU
O advogado e procurador do Distrito Federal Luiz Eduardo Roriz afirmou que a proibição de acumular cargos já estava previsto nas Constituições anteriores. A possibilidade de acumulação estava condicionada basicamente à compatibilidade de horário entre as duas funções.

Segundo ele, a acumulação aplicada aos militares se encontra no artigo 142 da Constituição Federal, que manda aplicar a exceção prevista no artigo 37 para os civis. Como regra geral, o militar irá para a reserva no caso de investidura em outro cargo ou passará à condição de agregado, caso assuma cargos civis eletivos. Segundo Luiz Eduardo, a regra da não acumulação já estava prevista na Constituição de 1937.

Segundo o palestrante, o STJ firmou jurisprudência no sentido de que os profissionais de saúde militar podem acumular cargos na área no caso de não exercerem funções tipicamente militares. A decisão da Corte veio preencher a lacuna deixada pela ausência de uma decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal sobre a matéria.

O procurador declarou que o médico, em especial na militar, tem uma função social de levar saúde a rincões onde não há profissionais de saúde. Por essa razão, Luiz Eduardo defendeu a possibilidade de esses profissionais exercerem cumulativamente cargos de saúde nos locais onde atuam.

Melhor eficiência nas contratações de TI

O ministro substituto do TCU, Augusto Sherman Cavalcanti, falou sobre o aperfeiçoamento dos procedimentos de contratação na área de Tecnologia da Informação (TI). No início de sua exposição, o ministro fez uma reflexão sobre a alta dependência dos sistemas informatizados na vida dos indivíduos e na Administração Pública.

De acordo com os números trazidos pelo expositor, em 2012, o serviço público contratou R$ 14,5 bilhões na área de TI. “Do ponto de vista racional, a tecnologia é um apoio relevantíssimo para as organizações públicas e privadas”, afirmou. Mas chamou a atenção para o fato de a centralização dos dados oferecerem riscos: é necessário ter plataformas altamente confiáveis e minimizar as eventuais falhas que possam atingir os procedimentos tecnológicos.

“Em vez de criar uma solução de TI, posso estar criando um grande problema de TI”, afirmou. Ressaltou, porém, que os sistemas tornam as atividades mais baratas, mais eficientes e mais organizadas.

Segundo o palestrante, a maior parte da administração pública contrata serviços de TI por não dispor de autosuficiência na área. A atenção do gestor público deve estar em procedimentos de contratação que garantam a qualidade do serviço contratado e posteriormente o acompanhamento eficaz da execução.

Mudança de procedimento de contratação

De acordo com o ministro, até 2009 a tendência era contratar empresas na área por meio de uma única licitação e um único grande contrato. A prática que perdurou por cerca de 30 anos, mostrou, no entanto, uma série de falhas.
Entre as desvantagens, destacam-se a ausência de parcelamento do objeto. Exigia-se grande qualificação, recaindo sempre sobre empresas de grande porte que passavam a dominar o mercado.

A forma de pagamento também estava equivocada, conforme explicou o palestrante. Anteriormente o pagamento por hora era a forma predominante. Porém, na opinião do expositor, o pagamento por hora trabalhada incentiva a ineficiência: quanto menos eficiente e quanto mais tempo levar para fazer o serviço, mais bem remunerada será a empresa contratada. “O ideal é pagar pelo serviço efetivamente entregue, ou seja, por resultado”, afirmou, lembrando que essa opção exige maior eficiência da contratada.

Outra desvantagem apontada foi a monopolização do conhecimento nas mãos de poucos servidores. O conhecimento técnico sobre TI havia sido perdido em várias partes da administração público, estava nas mãos das empresas contratadas. Segundo ele, o apoio das empresas é fundamental, mas criou-se uma dependência em relação às empresas. “Perder o conhecimento técnico de um recurso essencial significa se colocar em grande risco”, afirmou.

O risco da segurança foi apontado como um resultado da migração do meio físico para o meio digital. “Uma única empresa tendo acesso a tudo, num ambiente em que a segurança da informação não é tratada, causa um grande risco de vazamentos”, declarou, lembrando que as informações que temos hoje em rede já é superior ao que guardamos em cofres.

Instrução Normativa nº 4

Segundo Sherman, a Instrução Normativa nº 4, de 2010, veio preencher essa lacuna, trazendo diretrizes para a contratação.

A primeira orientação da “IN 4” foi estruturar a área de pessoal de TI com a capacitação de servidores em gestão de TI. O planejamento é outra prática a ser adotada, estando a contratação alinhada ao planejamento institucional, compreendendo um contrato bem feito e uma boa fiscalização. “A contratação precisa atender um objetivo da minha organização naquele momento”, explicou.

Outra inovação é o parcelamento das soluções de TI (objeto da licitação) em tantos itens quantos sejam técnica e economicamente viáveis. Para cada parcela do serviço então é possível fazer habilitação e proposta técnica específica. É possível também realizar licitações independentes para cada um dos itens. Como lembrou o palestrante, aumenta-se a competição entre empresas e logo se alcançam preços menores.

Pregão eletrônico

Outras medidas apresentadas são a contratação preferencial por pregão eletrônico, a participação da alta administração na governança de TI e relacionamento com órgãos superiores de gestão e de fiscalização.
O ministro explicou que a mudança de procedimentos não resultou de alterações na legislação, mas de uma interpretação das normas em vigor com o foco nos resultados a serem alcançados. Com base em números apresentados, houve uma tendência da administração pública a um maior envolvimento da alta administração com as políticas de TI e a fixação de objetivos a serem perseguidos.

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