A Justiça Militar da União e os Tribunais de Justiça Militar de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul realizaram, nesta terça-feira (17), audiência pública conjunta para discutir as metas nacionais do Poder Judiciário para 2026.
A presidente do STM, ministra Maria Elizabeth Rocha, fez a abertura da audiência e destacou a importância da participação plural para o aprimoramento da atuação judicial: “As ideias que surgirem dessa audiência serão um alicerce para a definição das prioridades que nortearão a nossa atuação nos próximos anos”.
A reunião aconteceu de forma virtual e teve a participação de magistrados, servidores, representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), integrantes das corporações militares e da sociedade civil.
O conselheiro João Paulo Schoucair, presidente da Comissão Permanente de Aperfeiçoamento da Justiça Militar no CNJ, defendeu a ampliação da Justiça Militar Estadual como resposta à complexidade crescente da segurança pública: “Hoje, o que temos de melhor é a atuação da Justiça Militar Estadual. Em um contexto de expansão de milícias e aumento da letalidade, é urgente ampliar a presença da Justiça Militar nos estados”.
Durante os debates, o desembargador militar Clovis Santinon, do TJMSP, coordenador do Comitê Gestor da Justiça Militar na Rede de Governança Colaborativa do Poder Judiciário, apontou que a Justiça Militar opera com realidades processuais específicas, que muitas vezes não se enquadram nos parâmetros quantitativos das metas nacionais. “Temos processos como os conselhos de justificação de oficiais, que não são amplamente conhecidos e exigem análise diferenciada. Nosso foco é a celeridade com responsabilidade, dentro das peculiaridades do nosso segmento”, afirmou.
A presidente do TJMRS, desembargadora militar Maria Emília Moura, reforçou a importância de ampliar a visibilidade institucional. Para ela, mais do que cumprir metas formais, é necessário mostrar à sociedade o funcionamento da Justiça Militar e sua capacidade de aplicar tanto o direito penal militar quanto o direito comum: “Nossa missão inclui levar conhecimento técnico e clareza sobre a razão de existirmos como ramo especializado. A colaboração real entre os tribunais é fundamental”.
A servidora Caroline Mendes de Assis, estatística do STM, apresentou os dados consolidados de desempenho de 2024. Ela também compartilhou sugestões recebidas na consulta pública já iniciada pelo STM, abordando temas como inovação, economia de recursos, comunicação e ampliação da transparência. Uma das boas práticas destacadas foi a criação de painel estatístico com dados acessíveis, permitindo reduzir demandas repetidas às ouvidorias e promovendo maior controle social.
O coordenador da Gestão Participativa, Planejamento e Desenvolvimento Institucional do TJMSP, Hildemar Vasiliauskas, reforçou que as metas nacionais fazem parte de um movimento mais amplo de transformação do Judiciário, no qual o CNJ atua como indutor da transparência e da criação de políticas públicas.
Também foi abordada a Meta 9, voltada à inovação, apresentada pela servidora Ingrid Vellenich, coordenadora de Estratégia e Processos do STM, com destaque para a criação do Banco de Sentenças, projeto colaborativo entre os tribunais militares estaduais e o STM, já em funcionamento.
Com mais de 290 pessoas conectadas e participação também via canais do YouTube dos tribunais, a audiência pública reforçou o papel da Justiça Militar como segmento comprometido com a eficiência e o aperfeiçoamento contínuo de sua missão institucional.
As Metas Nacionais do Poder Judiciário são definidas anualmente por todos os tribunais brasileiros e pelo Conselho Nacional de Justiça, para aperfeiçoar o serviço prestado pelo Poder Judiciário ao cidadão, conforme a Resolução 221/2016 do Conselho Nacional de Justiça.
Consulta pública da JMU
Você pode participar até o dia 20 de junho da consulta pública sobre as metas nacionais do Poder Judiciário aplicadas à Justiça Militar da União (JMU).
Por meio da pesquisa online, você tem a oportunidade de contribuir para o aprimoramento das metas relativas à nossa justiça, opinando sobre a relevância e pertinência de cada uma, além de sugerir novos indicadores.
ACESSE AQUI A CONSULTA
A consulta pública é um dos mecanismos para promover a gestão participativa dentro do Poder Judiciário e a suas respostas são importantes para aprimorar a prestação judicial deste ramo especializado. Por isso, a sua participação faz a diferença!
Fonte: Imprensa TJMSP e STM.